Publicado em 28/02/2024 às 06:00, Atualizado em 28/02/2024 às 10:03
Operação Briansk desarticula organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro com uso de criptomoeda
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (27), a "Operação Briansk", que teve como um dos principais alvos uma mansão situada no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. A ação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em processos de lavagem de dinheiro, utilizando-se de criptomoedas para ocultar a origem dos recursos.
De acordo com informações fornecidas pela PF, foram cumpridos um total de 10 mandados, abrangendo não apenas o município de Eusébio, mas também cidades como Florianópolis e Goiânia. A investigação concentra-se em indivíduos de nacionalidade russa, alguns dos quais já condenados em seu país de origem, além de brasileiros suspeitos de participação nas atividades ilícitas.
Medidas cautelares foram decretadas contra os investigados, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país e de transacionar criptoativos, bem como o sequestro de bens adquiridos com recursos ilícitos, tais como joias, imóveis de luxo, terrenos e automóveis de alto padrão.
Segundo as investigações, o proprietário da mansão alvo da busca e apreensão no Ceará foi condenado em 2015, na província de Samarskaya, a 10 meses de prisão por roubo. Sua entrada no Brasil ocorreu em agosto de 2018, e até o momento não há registro de pedido de naturalização.
O crime em questão, lavagem de dinheiro, prevê pena de até 10 anos de reclusão, além de multa. O delegado responsável pelas investigações, Cleo Matusiak Mazzotti, afirmou que há cerca de um ano e meio a PF detectou a chegada de estrangeiros de origem russa em Florianópolis, ostentando um elevado padrão de vida sem declarar renda.
Os suspeitos passaram a adquirir diversos bens, como imóveis de luxo e automóveis, utilizando-se de valores provenientes de exchanges, instituições que negociam criptomoedas. O processo de lavagem envolvia a mistura de criptoativos de várias pessoas antes de serem transferidos para outras contas vinculadas aos investigados.
O delegado ainda ressaltou que os suspeitos abriam diversas empresas no Brasil e efetuavam a compra de bens móveis e imóveis, principalmente por meio de pagamentos em espécie, dificultando assim o rastreamento dos recursos ilícitos.
A "Operação Briansk" evidencia o combate incessante das autoridades brasileiras contra crimes financeiros, especialmente aqueles que utilizam tecnologias como as criptomoedas para dissimular atividades ilegais. A investigação prossegue com o objetivo de desmantelar completamente essa organização criminosa e responsabilizar todos os envolvidos pelos seus atos ilícitos.